quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Obtendo conhecimento

Por Wesley Machado e Marta Batista

Nome David Cavalcanti dos Nascimento >> Idade 19 anos

Escolaridade Ensino médio completo >> Ocupação Estudante

Time Flamengo >> Religião Católico, mas estou freqüentando uma igreja evangélica

Orkut david18@yahoo.com.br

O que gosta de fazer? Sair

O que não gosta de fazer ? Acordar cedo

O que tem de bom na sua rua? Nada

Por que você veio para o ProJovem? Por curiosidade, para ocupar o tempo e também por causa do curso

O que você espera do projeto? Obter mais conhecimento

Você acha que vai ganhar o prêmio? Sim

O que você vai fazer com o prêmio? Usar em minha capacitação

Conte-me um pouco da sua história de vida Estou buscando vários cursos para me aperfeiçoar, obter conhecimentos e ingressar no mercado de trabalho

Por que você me contou essa história? Porque é o que tenho buscado

Mamãe geógrafa

Por Wesley Machado e Marta Batista

Nome Arlete Pereira Costa >> Idade 22 anos >>Rua Tertuliano Pimenta

Escolaridade Curso o oitavo período de Geografia pela UNIG

Ocupação Estudante >> Time Flamengo >> Religião Evangélica

Orkut mailto:arobsonjosa@gmail.com

O que gosta de fazer? Gosto de estudar

o que não gosta de fazer? Não gosto de ficar à toa

O que tem de bom na sua rua? Nada

Por que você veio para o ProJovem? Vim por causa do curso, em busca de qualificação profissional

O que você espera do projeto? Aprender, tirar o melhor que eu puder

Você acha que vai ganhar o prêmio? Acho

O que você vai fazer com o prêmio? Se for a câmera: tirar muitas fotos do meu “filhote”.Se for MP4 vou usar o pen-drive na graduação e se forem as dez horas de lan house, vou curtir muito e usar a Internet para aperfeiçoar meus conhecimentos

Conte-me um pouco da sua história de vida Entrei pra faculdade aos dezoito anos e aos vinte engravidei de um namorado, o relacionamento tinha quatro anos, nós terminamos e eu me tornei mãe solteira.Tive depressão e a minha gravidez foi de risco.Hoje, dei a volta por cima:me formo em Geografia em dezembro. Chovendo ou não, meu filho vai à faculdade comigo todos os dias, e hoje ele faz sete meses

O festeiro do Bairro da Luz

Por Wesley Machado e Marta Batista

Nome Ramon Wesley Ferreira da Silva >> Idade 18 anos >>

Rua Zequinha de Abreu.

Escolaridade Cursando o 1º ano do ensino médio >> Ocupação Estudante

Time Flamengo >> Religião Católico.

Link do Orkut Ramon_jjc@hotmail.com

O que gosta de fazer? Gosto de jogar bola.

O que não gosta de fazer? Não gosto de estudar matemática.

O que tem de bom na sua rua? As festas.


Por que você veio para o ProJovem? Pelo curso e pelo aperfeiçoamento profissional.

O que você espera do projeto? Uma oportunidade de emprego.

Você acha que vai ganhar o prêmio? Acho.

O que você vai fazer com o prêmio? Depende do prêmio.Por exemplo: se for MP4, ouvir muita música.

Conte-me um pouco da sua história de vida. Desde pequeno, “ralo” muito.Cuido do meu irmão que é deficiente (não anda e não fala).Meu pai às vezes sai e eu fico cuidando do meu irmão que se chama Jéferson e tem dezessete anos.

Por que você me contou essa história? Porque é muito importante para mim.


Como você se diverte aos domingos? Bebendo...Indo a churrascos e festas.

De olho no mercado de trabalho

Por Wesley Machado e Marta Batista

Nome Lauro P. da Silva Neto >> Idade 18 anos

Rua Av. Bernardinho de Melo nº5599

Escolaridade Ensino médio completo >> Ocupação Estudante

Religião Católico >> Time América do Rio

Link do Orkut www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=10921477006679417058

O que gosta de fazer?

Gosto de estudar, estar sempre informado

O que não gosta de fazer?
Não gosto de serviços domésticos

O que tem de bom na sua rua?
É asfaltada, segura...

Porque veio para o ProJovem?
Objetivo de ganhar informação sobre uma profissão e ganhar a bolsa que me ajuda muito

O que espera do projeto?
Ganhar experiências pro mercado de trabalho

Você acha que vai ganhar o próximo prêmio?
Estou confiante

O que vai fazer com ele?
Se for mp4 vou dar de presente de aniversário pro meu irmão, se for uma câmera digital vai ficar pra mim e tirar fotos com meus amigos, e se forem às 10 horas de Lan House vou ver desenhos, filmes pornográficos, em fim, o que der vontade

Qual história contou?
Já houve muitas obras na minha casa, a casa era feita de madeira, e era muito fraca, ai depois de um tempo e economia fizemos uma de concreto com telhados mais resistentes e construímos um banheiro, o cômodo mais bonito da casa, todo de azulejo

Por que contou essa história?
Porque é a história que me recordo no momento e porque me marcou

Como se diverte aos domingos?
Jogando bola, Internet, dançando...

X9 de calcinha

Por Wesley Machado e Marta Batista

Ganhador da melhor história sobre árvores continua na luta

Na oficina do Bairro da Luz dessa semana, a oficineira Michele Vieira trouxe uma tarefa relacionada ao tema e a missão que serão iniciados na próxima quinta feira.

Para isso, os alunos tiveram que se dividir em duas equipes e brincar de mímica. As palavras que eles deveriam interpretar deveriam ser adivinhadas pelos demais. As palavras dessa semana estão relacionadas ao tema obras. Água, pintor, mestre de obras, tudo isso foi assunto na E. M. Julio Rabelo. O grupo vencedor da tarefa tinha um nome um tanto complicado: THURUNTCHATCHA.

A brincadeira foi muito animada. Arlete Costa, líder de um dos grupos, estava bastante empolgada com a atividade. No início, ninguém conseguiu acertar as palavras que ela tentava imitar, o que foi bem engraçado, mas no final, Arlete conseguiu imitar uma corda e o seu grupo marcou o ponto. Mas teve um problema. Depois de um tempo, foi verificado que a palavra “corda” não estava em nenhuma lista, fato que causou a perda de um ponto do grupo adversário. A penalidade causou bastante barulho e reclamações. David do Nascimento, que parece ser o mais tímido do grupo, fazia parte do grupo de Ítalo, que também participou da brincadeira imitando a água, mas ninguém conseguiu acertar. Após participar, David ficou em seu canto observando a brincadeira.

Outro jovem muito participativo é o Ramon da Silva, que fazia parte do grupo de Ítalo. Entre outras coisas, o jovem imitou uma fita métrica. Seu grupo conseguiu acertar, mas houve outra polêmica: em vez de fita, o grupo disse “metro”. Mesmo assim, no final ficou definido que metro também estava correto.

No final, a oficineira propôs aos alunos que trouxessem na próxima quinta feira, histórias sobre obras que foram feitas em suas casas ou que, por algum motivo, tenha virado memória em suas vidas. Basicamente, a oficina buscou explorar e provocar os alunos com esse assunto.
Dois alunos chamavam bastante à atenção na oficina. Um deles era o Lauro que, mesmo tímido, arranca risos de todos com suas engraçadas reações às brincadeiras da oficina.

No meio da mímica, Lauro Pinheiro começou a fazer uma espécie de “strip”, fazendo uma dancinha um tanto inusitada, e é importante comentar, que foi uma das melhores representações, já que, quando ele imitou um apontador de obras, ninguém acertou.

Outra pessoa que me chamou bastante atenção foi Bleno Henriques, o ganhador das histórias relacionadas às arvores do Bairro da Luz, tema da ultima missão.

Sua história ficou conhecida como “a calcinha roxa da Aninha”. A menina que foi zuada por estar usando uma calcinha roxa no pique – esconde. Final da história: ela caiu ao se manifestar e quebrou 2 dentes, além de perder o pique.

Bleno parece ter uma personalidade bastante voltada para a comédia, pois conta piadas engraçadíssimas e seu jeito extrovertido chama a atenção.

domingo, 7 de setembro de 2008

A enfermeira competitiva

Maria das Graças é uma das muitas moradoras da Rua Tertuliano Pimenta, no Bairro da Luz, que não deu ouvidos às ameaças do seu Cizinho. Mas não foi nas árvores em volta da piscina que ele franqueava à comunidade que ela gerou o feto que há seis meses carrega em seu ventre. “Várias crianças da rua foram feitas ali”, brinca ela logo depois de ganhar as 10 horas de internet na lan house do bairro e o MP4 pela história que escreveu sobre o embate entre seu Cizinho e os jovens que freqüentavam sua piscina. Maria das Graças não tem vergonha de admitir, porém, que deu suas namoradas nas árvores em volta da piscina.

Maria das Graças, que está “enrolada” com o pai desse que vai ser o seu primeiro filho, foi forçada a adiar alguns planos de vida por causa da gravidez. Mas continua sonhando com a faculdade de enfermagem, profissão com a qual se identifica por gostar de ajudar o próximo. Esse espírito humanitário não a impediu, no entanto, de entrar com vontade de ganhar na gincana “Minha Rua Tem História”. “Eu entrei para ganhar”, diz ela. “Mas até ali é preciso solidariedade.”

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A luz da história

Jovens do Bairro da Luz visitam o passado

Missão cumprida. Assim pode ser definida a segunda semana do projeto “Minha Rua Tem História”. Isso tudo graças ao empenho da oficineira Michelle Vieira, que, junto com sua assistente, Simone Ribeiro, deu um duro danado para acabar com a preguiça de alguns jovens. Preguiça de pensar.

Uma semana de exercício e dinâmicas de grupo foi o bastante para entrosar as turmas que se reúnem, de terça à sexta-feira, na E.M. Julio Rabel. Agora, Michele precisa até criar regras para que cada um fale na sua vez, senão todo mundo fala ao mesmo tempo.

A missão da segunda semana de trabalho foi a seguinte: cada um devia trazer uma história sobre alguma árvore plantada na rua onde mora. O resultado não podia ser melhor. Abaixo, leia as histórias que mais mexeram com os jovens do Bairro da Luz.


A taça
>> Taína Jéssica Gonçalves Lima >> Bairro Jardim Iguaçu >> Sonho Ser dentista

O casamento da prima da minha amiga foi muito divertido e me rendeu boas histórias, como essa que eu vou contar agora.

Durante o casamento foi servido uma bebida muito conhecida, a batida. Essas batidas eram servidas em uma taça de vinho, muito diferente das que eu já tinha visto antes. Era uma taça pequena e com laçinhos, que me chamaram muito a atenção. Então me veio à cabeça a idéia de levar aquela tacinha tão bonitinha pra casa, mas eu não sabia onde guardá-la, já que não tinha bolsos nem bolsa. Não queria ficar a festa inteira andando com aquela tacinha na mão, muito menos a colocaria em qualquer lugar e correr o risco do garçom jogar ela fora.

Uma das minhas amigas, a fim de jogar um pouco de conversa fora, propôs que fossemos andar um pouco na rua. No meio do caminho, na Rua Lambari, avistei uma daquelas arvorezinhas de calçada e pensei: “Vou guardar a tal tacinha entre os galhos daquela árvore.” Ali, a tacinha ficaria bem mais protegida.

A festa acabou. Eu, pacientemente, esperei o dia seguinte chegar. Fui até o local onde ficava a árvore, olhei para um lado e para o outro, para ver se vinha alguém. Afinal, o que os outros poderiam pensar de uma menina tirando uma taçinha de dentro de uma árvore? Depois de retirar, finalmente levei a taçinha para casa, mas, mal se passaram três dias, meu pai quebrou acidentalmente minha taçinha. Todo meu esforço para levá-la para casa foi em vão. Eu, “‘p’ da vida”, fiquei perguntando pro meu pai: “Poxa, você sabe o esforço que eu tive pra trazer essa taça?”
......

Jamelão da Salvação
>> Gleice Kelly da S. Nogueira >> Bairro Jardim Iguaçu >> Sonho Ser médica

Há uma ou duas décadas, uma história curiosa, contada por Gleice Kelly, aconteceu com a sua prima em um pé de jamelão que fica no Campo de Aviação.

Minha prima era uma jovem levada, sem juízo, “doida da cabeça”, que tinha um grupinho de amigos descompromissados e rebeldes. Ela e seus amigos gostavam de se encontrar embaixo de um pé de jamelão, plantado no Campo de Aviação. Lá eles batiam papo, faziam doideiras, ficavam doidões, fumavam maconha etc. Certo dia, bem na hora do encontro do grupo, após todos já estarem curtindo a ‘viagem da alucinação’, surgiu o barulho das sirenes. Era a polícia. E estava em busca dos jovens.

Com muito medo, todos correram. Menos minha prima. Assustada e sem saber o que fazer, minha prima tirou forças, não sei de onde, para subir e se esconder dos policiais no milagroso pé de jamelão que a livrou da prisão. Seus amigos que tentaram escapar correndo foram pegos e levados presos.

Em cima da árvore, minha prima esperou os policiais irem embora. Depois de horas de sufoco, a menina desceu da árvore jurando para si mesma que jamais fumaria maconha devido à vergonha que passou. A árvore está viva até hoje. Além de dar frutos, constrói várias histórias.
......

Polícia e ladrão: Esquecido no pé de jamelão
>> Rodrigo Diego Cyllio Guimarães >> Bairro Jardim Iguaçu >> Sonho Ser professor de educação física

Antigamente eu e meus colegas gostávamos muito de brincar de policia ladrão. A gente começava a brincar à tardinha, e íamos até o fim da noite, quando os nossos pais nos chamavam.
Certo dia, durante a brincadeira, alguns meninos pegaram o colega que era o ladrão. Eles amarraram o menino num pé de jamelão que fica lá no Campo de Aviação. Depois de procurar o garoto por muito tempo, os demais jovens acharam que ele tivesse parado de brincar e ido embora. Ledo engano.

A brincadeira acabou. Os meninos ficaram conversando durante um tempinho na esquina, mas, depois de alguns minutos, foram para casa esquecendo o menino aprisionado na árvore. A mãe do garoto aprisionado começou a ir, de casa em casa, procurar o seu filho, perguntando para os demais garotos onde ele havia se metido. Eles respondiam que ele já tinha ido para casa há bastante tempo.

A mãe do menino foi até a minha casa perguntar sobre o seu filho. Meu pai arregalou um olhão, e meus amigos que estavam por perto rapidamente lembraram-se do garoto. Na mesma hora, eles foram buscar o menino esquecido no pé de jamelão.

Quando chegaram ao local, avistaram o menino chorando muito. Depois disso, os garotos foram embora e deixaram a mãe e o filho por lá. Eles contaram que a mãe se desesperou ao ver o filho amarrado. Ela gritava:

– Ah! Meu Deus! Meu filho! Meu Filho!
......

Cuidado com a "Xixi Vovó"
>> Rodrigo Diego Cyllio Guimarães

Ao lado da casa da minha vó, mora uma velha louca que cozinhava em um fogão improvisado com tijolos e panelas de lata. A velha é chamada de Xixi Vovó. Desde pequeno eu era amedrontado por ela. A minha vó dizia que, se eu a desobedecesse, chamaria Xixi Vovó para me pegar, pois ela corria atrás das pessoas na rua. Todos tinham medo dela. Certo dia, um amigo chegou e perguntou:

– Vamos roubar coco na casa da Xixi Vovó?

Eu respondi

– Não! Tu tá maluco? A Xixi Vovó vai nos pegar!

Depois de um tempo discutindo, decidimos roubar coco na casa da Xixi Vovó, já que ela não estava em casa e só iria voltar mais tarde, segundo o meu amigo.

Começamos a pegar os cocos com um bambu e a dividi-los. Um pra cada um.

De repente, ouvimos uma voz alta que dizer

– Bonito, né? Roubando coco!

Eu e meu amigo ficamos olhando para todos os lados, querendo saber quem tinha gritado. De onde vinha aquela voz? Só podia ser a Xixi Vovó. Na hora do desespero, corremos para pular o muro de volta pra casa da minha vó. Só que nessa hora a gente não conseguia pular o muro de jeito nenhum. Tentamos subir pela bananeira. Quando a gente chegava ao topo da árvore, escorrega. A gente subia, caía, subia, caía, sem parar. Por fim, não sei como, conseguimos subir no muro.

Já em cima do muro, vimos que quem estava gritando não era a Xixi Vovó. O susto foi à toa.

Na verdade, foi outra vizinha que perguntou.

– Por que vocês correram?- perguntou a vizinha.

– Estávamos achando que fosse a velha maluca, a Xixi Vovó.